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O porquê dos dicionários em dia de três sufrágios.

Meu pai, no decorrer das suas leituras e numa atitude quase de metodologia certificativa, tem por hábito anotar, em grafia de carvão aguçado e em toque de posfácio, as palavras cuja acepção precisa ignora ou de cujo étimo conceptual irrompe uma estranheza dúbia.

Fá-lo na derradeira página da obra, habitualmente limpa, que ali surge branca e disponível, como mente de ascético em abstinência de dias, e que outra função não terá, senão a de reservar ao leitor zeloso, esse espaço para buril da íntegra literacia. Com o tempo, por curiosidade, simpatia e crédito , habituei-me a seguir-lhe o método. Eis porque na última lauda do Diário do Torga, lhe anotei o significado:

lauda
     s. f.
     Página de livro, escrita ou em branco.




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