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CONVERSA COM OS MEUS BOTÕES

- Ouvi! Mas cheguem-se perto porque vou falar baixo para que mais ninguém me ouça - Eu até gosto de advogados, mas cá do “eu é que sei, eu é que mando”, livra!
- ?
- Sim, gosto. Além de arautos do direito natural e da equidade são, enquanto sujeitos de um ofício solitário, provectos paradigmas de liberdade, de que a história está cheia de exemplos. Isto está a ficar um bocadinho barroco?
- Gongórico!
- Gongóricos sois vós, botõezinhos de madrepérola, todos xiripititi de brilhos e arrogâncias.
- E…?
- E o quê? Ruminava, e pelos vistos tão baixinho que nem me ouvistes vós, que a arrogância pode ser comparada ao fondue de chocolate: a gente observa aquele cachão verborreico e só dá vontade de... (truclas!) a-r-r-e-b-a-t-a-r!
- Comer, queres tu dizer?!
- Mais deter, com o punho mesmo. Mas onde é que eu ia?
- No paradigma da liberdade…
- Certo. Tal como professa a sentença de Lacordaire (o padre):

"Saibam pois, os que o ignoram, que entre o forte e o fraco, o rico e o pobre, o amo e o criado, a liberdade é que oprime e a lei é que liberta"

- E não é?!
- Claro que é! E que será o advogado, enquanto oficial independente da literacia regulamentar, senão o último reduto do injustiçado ou, se preferirdes, a inteligência ao serviço da justiça?!



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