Túmulos de D. Pedro e D. Inês | Mosteiro de Alcobaça




Que poema de ternura, canta a pedra alabastrina?
.No lavor, louvor perdura, prova, trova e doutrina.




3 comentários:

náufrago do tempo e lugar disse...

Sobre o leal lebréu de D. Pedro, na imagem topo do blogue :
(de recordar que os carrascos aproveitaram a ausência de Pedro numa caçada, para assassinarem a bela Inês).


Tu que passas, descobre-te!
Ali dorme o Justiceiro que morreu.
Dá ao enamorado Pedro
E à mártir Inês algumas flores,
E pão ao seu lebréu.

Essa gleba guardando, onde repousam
As cinzas dos seus heróis,
Nada o consola no seu gemer.
E ao que o ameiga, triste, repelindo,
«Oh, que não és meu dono!»
O cão parece tentar dizer.

O inverno chega, e a neve, com violência,
Cai, e branqueia, e esconde esse gelado
Leito de morte:
Ei-lo que solta um lúgubre gemido,
E busca, ali deitando-se, ampará-lo
Do frio norte.
Antes que os membros lhe entorpeça o sono,
Mil tentativas para erguer a campa
Inúteis faz:

Depois, consigo diz, como ontem disse:
«Quando acordarem, por certo, hão-de chamar-me.»
E dorme em paz.

O seu nome qual é? Todos o ignoram.
Os que o sabiam, os donos queridos,
Nunca o dirão!...

Tu que passas, descobre-te! Ali dorme
O Justiceiro que morreu.
Dá ao enamorado Pedro
E à sua amada Inês algumas flores,
E esmola ao seu lebréu.



Adaptação do poema O Cão do Louvre, de Alexandre Herculano, que, por sua vez, é uma tradução/adaptação do belo poema de Casimir Delavigne, Le Chien du Louvre.

margarida disse...

Bonito! Obrigada.

nydia bonetti disse...

Teu trabalho é genial, Margarida. Fotos e poemas incríveis. Abraço!

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